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Falta de saneamento básico causa o assoreamento das lagoas




Além da poluição e da destruição da vegetação às margens dos rios, a Baixada de Jacarepaguá sofre com o desmatamento das encostas dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca. Fotos: site da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Muitos prédios dos bairros da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes têm suas próprias estações de tratamento de esgoto. Mas, ainda assim, há carência de um sistema de tratamento para 85% do esgoto produzido.

As lagoas costeiras recebem 3,2 mil litros de esgoto in natura por segundo e cerca de cinco toneladas de lixo por dia. Além da poluição, isso ocasiona o assoreamento, que é a perda da coluna d'água devido ao depósito do lodo, parte sólida do esgoto, no fundo das lagoas — na Lagoa da Tijuca o assoreamento chega a 75% — e a proliferação de doenças de veiculação hídrica, principalmente em crianças.


— A parte líquida do esgoto despejado nas lagoas escoa para o mar através do Canal da Joatinga, que fica no quebra-mar da Barra. Nós fizemos um levantamento e o resultado mostra que 1/3 da vazão daquele canal


corresponde a esgoto puro. Apesar de haver rede de coleta de esgoto, não existe tratamento e muito menos disposição adequada dos efluentes. O esgoto é levado diretamente para um canal ou rio que deságua nas lagoas, explica Zee.

O lodo orgânico resulta em mau cheiro em razão da formação do gás sulfídrico no sedimento do fundo das lagoas. Além disso, a matéria orgânica lançada nas lagoas provoca a eutrofização, que é a produção excessiva de algas, principalmente no verão.

— O mosquito do dengue prolifera por causa da quantidade de águapés (Eichhornia crassipes)monocotiledônea da família Pontederiaceae, ordem Pontederiales. Nativa da América do Sul, encontrada originariamente a leste dos Andes, América Central e Ilhas do Caribe, esta planta herbácea, aquática e perene reproduz-se sexuadamente e/ou por multiplicação vegetativa. Alcança grande desenvolvimento vegetativo em águas fluviais e lacustres mais quentes, chegando a povoar uma extensa superfície livre em poucos dias. O desenvolvimento excessivo da espécie pode dificultar a navegação em rios e represas, danificar as turbinas de usinas hidrelétricas, propiciar o desenvolvimento de vetores de doenças (como o mosquito da dengue), aumentar a poluição orgânica das águas pela decomposição, em larga escala, de suas folhas e a evapotranspiração do ambiente aquático, que contribui para a redução do volume de água estocado e o aumento das taxas de eutrofização. O controle da planta pode ser feito, entre outras medidas de manejo adequadas, por meio de redução da entrada de nutrientes no corpo d'água. Fonte: www.bhnet.com.br/ecominas/edu/hidric/aguape.htm. Por Magda K. Barcelos Greco - Bióloga - Consultora-sócia do Centro Mineiro para o Desenvolvimento Sustentável. , que forma tufos no meio da lagoa e quando chove formam-se ali focos de água limpa, onde o mosquito se reproduz, afirma.

Com a poluição, o paisagismo da região é destruído, a vegetação às margens dos rios é sufocada pelo acúmulo de lixo e há uma depreciação do valor imobiliário da região. A perda da coluna d’água afeta a navegabilidade e perde-se o potencial de lazer e de esportes, como por exemplo, navegação à vela da classe Laser.

— A região da Baixada enfrenta ainda o desmatamento das encostas do Maciço da Pedra Branca e da Tijuca em virtude da ocupação irregular feita pelas comunidades de baixa renda por falta de opção, de local e de uma indefinição do poder público em abrir vias de transporte. Há outros lugares melhores para assentar essas famílias, elucida.

Zee acredita que os Jogos Pan-Americanos podem acelerar a recuperação ambiental e o desenvolvimento da região.

— O Pan-americano — e eventualmente as Olimpíadas — vai chamar atenção para a falta de um planejamento urbano e ambiental como transporte público, saneamento, água e habitação. O Pan-Americano vai trazer tudo isso a começar pela construção de novos condomínios, talvez mais populares. Além disso, começa a se pensar na linha seis do metrô, ligando a Barra à Ilha do Governador e na continuação da linha quatro, unindo a Barra com o centro da cidade, diz.

Outro retorno que a população da Barra da Tijuca espera são mais recursos para o Hospital Municipal Lourenço Jorge.

— Saneamento básico é condição indispensável porque se continuar do jeito que está, estudos que são desenvolvidos na Universidade indicam que a mancha de esgotos que sai pelo quebra-mar da Barra tende a avançar para a Avenida Ayrton Senna, exatamente na altura onde está o píer do emissário submarino, em 2007, alerta o professor.


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