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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO REGISTRA ESPÉCIES
RARAS E EM EXTINÇÃO NA SERRA DA TIRIRICA


Pedra de Itacoatiara e Alto Mourão. Vista do Morro das Andorinhas. Foto Ana Angélica M. de Barros.

Vista aéra Serra da Tiririca.

Desde 1997 a equipe de Botânica Sistemática do Departamento de Ciências da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (DCIEN/FFP) realiza o levantamento florístico do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST). Localizado entre os municípios de Niterói e Maricá, no Estado do Rio de Janeiro, o parque contém oito elevações relevantes (Morro do Elefante, Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro do Telégrafo, Morro do Catumbi, Morro do Cordovil, Morro da Penha e Morro da Serrinha) e apresenta uma cobertura vegetal originária da Mata Atlântica já muito alterada por desmatamentos sucessivos e ocupações, devido à expansão dos Municípios de Niterói e Maricá. Mas apesar das agressões, ainda restam na área do parque
alguns fragmentos florestais primários ou com pouco grau de degradação que apresentam o microclima e a biodiversidade da Mata Atlântica. Esses sítios abrigam um patrimônio bastante diversificado de flora e fauna, onde se incluem espécies raras e em perigo de extinção.
É nesse cenário que a equipe do Projeto Flora, coordenado pelos biólogos Ana Angélica Monteiro de Barros, Maria Cristina F. dos Santos e Marcelo Guerra Santos realiza coletas mensais (Costão de Itacoatiara e Córrego dos Colibris) e esporádicas (nas demais áreas do PEST). Até o momento foram catalogadas pelo projeto cerca de 300 espécies de plantas, incluindo indivíduos raros da Mata Atlântica, sendo alguns ameaçados de extinção, destacando-se o cipó-escada-de-macaco (Bauhinia smilacina (Schott) Steudel), o caiapiá (Dorstenia arifolia Lam.), o palmito jussara (Euterpe edulis Mart.) e o pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.).
No Costão de Itacoatiara foram identificadas espécimes rupículas típicas de afloramentos rochosos. A maioria dessas plantas sobrevive em condições adversas, como altas temperaturas e pequena camada de solo. Lá foi registrada inclusive uma nova espécie de bromélia, endêmica da área (Vriesea nov. sp.), que está sendo estudada pelo botânico Bruno Rezende. Nas superfícies menos inclinadas do Costão se estabelecem comunidades de vegetação arbustiva distribuídas em "ilhas", onde é possível se observar variadas espécies de vegetação de restinga e de floresta de encosta.
No Vale do Córrego dos Colibris foi registrada a ocorrência raríssima do Abutilon anodoides, uma espécie de Malvaceae, que havia sido registrada apenas uma vez no século XIX nos arredores do Rio de Janeiro.
Apesar da importância do remanescente de Mata Atlântica e de ser reconhecido internacionalmente como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o Parque Estadual da Serra da Tiririca encontra-se muito ameaçado pela especulação imobiliária por localizar-se em áreas valorizadas. "As Prefeituras de Niterói e Maricá pouco ou nada fazem para impedir a expansão. Aliado a isso, está a falta de fiscalização e inoperância do IEF, órgão governamental que administra essa Unidade de Conservação. Apesar de toda a problemática, cabe a nós mantê-la para as futuras gerações" finaliza a bióloga Ana Angélica.

Conheça as espécies do Costão de Itacoatiara e do Vale do Córrego dos Colibris.

Mais informações:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Faculdade de Formação de Professores - FFP

Departamento de Ciências - DCIEN
Rua Francisco Portela, 794
Paraíso - São Gonçalo / RJ
Telefone:
(21) 2604-3232 ramal 242
E-mail:
anaang@uerj.br


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