Um
eficiente sistema de alarme contra tsunamis
criado pelos Estados Unidos para proteger a
sua costa pacífica existe desde 1948.
Infelizmente, no Oceano Índico, onde
no dia 26 de dezembro uma seqüência
de ondas gigantes tirou a vida de mais de 120
mil pessoas, nada existia.
Se
fenômenos naturais como terremotos e ondas
gigantes são inerentes ao funcionamento
da Terra, que antes de mais nada é também
um organismo vivo, as dramáticas cenas
vistas da Ásia durante a última
semana poderiam muito bem terem sido menos terríveis.
O motivo é que os conhecimentos científicos
e culturais obtidos nas décadas passadas
não foram aplicados nos últimos
anos pelas nações atingidas pelo
tremor de agora.
Em
1946, o Havaí foi atingido por uma onda
gigante que tirou a vida de 150 pessoas. Dois
anos mais tarde, os Estados Unidos criaram o
Centro para Alertas de Tsunami do Oceano Pacífico,
que hoje é dirigido pela National Oceanic
and Atmospheric Administration (Noaa).
O
centro passou por um grande teste em 1960, quando
um gigantesco tremor de 9,5 graus ocorreu próximo
ao Chile. Em 15 horas, a massa de água
deslocada pelo terremoto havia chegado ao Havaí.
Ali, 61 pessoas morreram por não terem
atendido aos sinais de evacuação
das áreas costeiras ou porque acharam
que o perigo já havia passado. No Chile,
a situação foi muito pior, com
mais de dois mil mortos. A comunicação
eficiente, aliada à tecnologia disponível
na época, poupou a vida de muitos havaianos.
No
episódio da semana passada, que atingiu
de forma indiscriminada pessoas e nações
de todo o mundo, toda a tecnologia disponível
ficou em segundo plano. O grande tremor de terra
nas profundezas do Índico, que por si
só serve como um aviso de que um tsunami
estaria se formando, foi detectado por vários
centros de pesquisa espalhados pelo mundo, inclusive
pelo Observatório Sismológico
da Universidade de Brasília. Entretanto,
nenhuma sirene foi soada nas praias ou nas cidades
costeiras do Sri Lanka, da Índia, da
Indonésia e da Tailândia, países
com elevados números de mortos.
Nas
praias do Havaí, na década de
1960 – quando inclusive a palavra japonesa
tsunami foi adotada em todo o mundo para se
referir ao fenômeno devastador –
a era da informática estava apenas começando,
mas as sirenes avisaram a população
da chegada do perigo.
Também
por causa dos prejuízos passados, os
povos que vivem ao redor do Oceano Pacífico,
como também é o caso dos japoneses,
uma cultura para enfrentar os tsunamis foi desenvolvida.
Isso, aliado à tecnologia disponível
hoje, tornou-se uma eficiente arma contra os
fenômenos naturais.
Para
ler a cartilha educacional sobre tsunamis, produzida
pela Noaa, clique aqui.
Fonte: Agência
Fapesp
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