O
Brasil bateu novamente o recorde mundial de
reciclagem de latas de alumínio para
bebidas em 2004, com o índice de 95,7%,
6,7 pontos percentuais acima de sua marca anterior.
Pelo quarto ano consecutivo o país está
na liderança do ranking mundial que inclui
apenas os países em que a atividade não
é obrigatória por lei, entre os
quais, o Japão e os Estados Unidos.
Segundo
dados divulgados pela Associação
Brasileira do Alumínio - Abal e pela
Associação Brasileira dos Fabricantes
de Latas de Alta Reciclabilidade - Abralatas,
a performance brasileira atingiu a marca de
121,3 mil toneladas de latas de alumínio
recicladas em 2004, que corresponde a cerca
de 9 bilhões de latas no ano ou 25 milhões
de latas por dia, ou ainda mais de um milhão
por hora.
As
latas de alumínio são o carro-chefe
da reciclagem. Em escala crescente a cada ano,
o reaproveitamento desse tipo de sucata tem
levado o Brasil ao topo do ranking mundial desde
2001. Hoje, somente a etapa de coleta (a compra
das latas usadas) injeta anualmente R$ 450 milhões
na economia nacional, volume financeiro equivalente
a empresas que estão entre as 500 maiores
do país.
Esse
resultado é fruto da conjugação
de vários aspectos. O principal deles
é o fato de o país possuir um
mercado de reciclagem já estabelecido
em todas as suas regiões. Além
disso, a facilidade na coleta, transporte e
venda e o alto valor da sucata de alumínio,
aliados à grande disponibilidade durante
todo o ano estimularam a reciclagem das latas
de alumínio para bebidas, provocando
também mudanças no comportamento
do consumidor.
Um
dos fatores que mais contribuiu para o progresso
da reciclagem no país foi o engajamento
da classe média. Entre 2000 e 2004, cresceu
de 10% para 19% a participação
de condomínios e clubes na coleta de
latas usadas. Outro dado relevante é
o surgimento de cooperativas e associações
de catadores em todo o país: a participação
dessas entidades na coleta de latas de alumínio
passou de 43% para 52% nos últimos quatro
anos.
Maior
eficiência - O avanço
tecnológico no setor aumentou significativamente
a produtividade da indústria, fazendo
crescer o aproveitamento da matéria prima:
quando as latas de alumínio começaram
a ser fabricadas no Brasil, nos anos 90, produziam-se
64 latas com um quilo de alumínio, ao
passo que hoje é possível fabricar
74 latas com a mesma quantidade de matéria
prima.
Hoje,
o mesmo alumínio de uma lata que sai
da fábrica leva apenas 30 dias, em média,
para voltar ao mercado como matéria prima
de uma nova lata. A lata de alumínio
é a única embalagem que pode ser
inteiramente reciclada para a fabricação
de outras latas idênticas, de forma econômica
e auto-sustentada.
Vantagens
ambientais e sociais - Para devolver
o alumínio ao mercado, a reciclagem economiza
95% da energia elétrica que é
utilizada na produção do metal
a partir da bauxita (minério de onde
se extrai o alumínio). O volume de latas
recicladas no Brasil em 2004, 121,3 mil toneladas,
economizou cerca de 1.700 GWh/ano, ou seja,
0,5% de toda a energia elétrica gerada
no país e o suficiente para abastecer
uma cidade de mais de um milhão de habitantes,
como Campinas (SP), por exemplo.
Além
do estímulo à consciência
ecológica e da economia de energia elétrica,
a reciclagem de latas de alumínio gerou
no ano passado uma economia de mais de 600 mil
toneladas de bauxita.
Entre
os benefícios sociais da reciclagem de
latas de alumínio destaca-se a geração
de emprego e renda para aproximadamente 160
mil pessoas em uma série de atividades
que vão desde a coleta até a transformação
final da sucata em novos produtos. Em 2004,
mais de 16 mil escolas, creches e instituições
cadastradas em programas de reciclagem de alumínio
trocaram latas usadas por mais de 14 mil itens,
entre equipamentos eletrônicos, mobiliário,
kits escolares e cestas básicas.
Outras
sucatas de alumínio - Além
da reciclagem de latas, está crescendo
também o aproveitamento de outras sucatas
de alumínio. Ao todo foram recicladas,
em 2004, cerca de 270 mil toneladas do metal,
que representa 36% de seu consumo doméstico
- a média mundial é de 32%. (Abralatas)
Fonte:
Ambiente Brasil
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