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22 de março - Dia Internacional da Água.
O que temos para comemorar?

De acordo com a declaração Universal dos Direitos - editada pela ONU (Organização das nações Unidas): ... "A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis"...

Entretanto, a realidade é outra. Há anos os recursos hídricos vêm sofrendo, no mundo todo, os efeitos da super exploração,degradação das bacias, poluição, desmatamento e desperdício.

Ainda, segundo dados da ONU, para cada mil litros de água consumido pelo homem, dez mil são poluídos. Se uma pessoa deixar de comer, ela pode resistir até 40 dias, se deixar de beber água, ela consegue sobreviver apenas três. Mesmo assim, a população ainda não está consciente que a água doce no mundo é um recurso finito. Normalmente, as florestas não são relacionadas com a água que chega às casas. E sendo assim, fica mais difícil a preservação. É preciso saber que a floresta desmatada, o rio poluído, a ocupação desordenada do solo prejudicam, e muito, a captação de água nos mananciais, reservatórios e bacias.

Agricultura - A maior consumidora de água potável é a agricultura. E uma pesquisa do Ibope - Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pública e Estatística, encomendada pelo WWF - Fundo Mundial para a Natureza apontou que as pessoas não tem
consciência desse fato. Os consumidores acreditam que o grande vilão do consumo de água e da poluição é a indústria, seguido pelo consumo doméstico.

A irrigação consome 70% dos recursos hídricos do país. Segundo o ambientalista e vice-presidente da Câmara de Cultura, José Henrique Cortez, para diminuir o problema, as plantações deveriam ser irrigadas de forma mais econômica, com técnicas como o gotejamento, microgotejamento e microaspersão, ao invés do pivô central, que joga praticamente 2/3 da água para a atmosfera. Além do desperdício na irrigação, e dos fertilizantes e agrotóxicos usados nas lavouras, o desmatamento e as queimadas utilizadas para o plantio de novas safras também provocam a escassez da água, comprometendo as nascentes e os rios.

Água virtual - O Brasil é o 10° produtor de água virtual do mundo. Os cientistas consideram água virtual toda a água usada para se fabricar um bem. Pode ser uma manga, uma camiseta, um quilo de carne. Para fazer uma relação, um quilo de pão utiliza 150 litros de água, enquanto um quilo de batata usa dois mil. Um quilo de carne, considerando desde o nascimento do boi até a entrega ao consumidor final gasta dez mil litros de água.

"E por que a Europa adora a nossa carne? Ela é orgânica, no sentido que é um boi verde, que só come pasto. E se o europeu tiver que produzir a mesma carne em regime de confinamento, ele gastaria 40 mil litros de água. Logo, na Europa, é sustentável usar a nossa carne, porque usa menos água, mas usa a nossa água", explica José Henrique Cortez.

Saneamento - Outro grave problema é o saneamento básico. Menos de 50% dos domicílios brasileiros recebem tratamento de esgoto. Isto significa que o esgoto recolhido acaba invariavelmente nos rios. Além do esgoto jogado in natura, os rios também sofrem com os resíduos sólidos despejados em suas águas. Além do lixo doméstico, lâmpadas, medicamentos, inseticidas e pilhas são descartados sem o mínimo controle. Para se ter uma idéia uma folha de papel pode demorar de três a seis meses para se decompor, um chiclete leva cinco anos, plástico e metal levam mais de cem anos e vidro demora um milhão de anos para se decompor na natureza. "Só para universalizar o saneamento básico até 2020, o país precisa investir US$ 10 bilhões ao ano. Infelizmente, nem metade disso é investido", acentua o ambientalista.

Água tratada - A água que chega nas residências, é captada nos mananciais. Quando a companhia de abastecimento capta essa água, como a Sanepar - Companhiada Saneamento do Paraná, a água é captada e transportada para as estações de tratamento. Quanto mais longe estiver o manancial, mais caro chega a água ao consumidor final. E quanto mais poluída estiver a água, mais produtos químicos são empregados em seu tratamento que leva de uma a duas horas, segundo o gerente de produção da Sanepar, Paulo Raffo, responsável por Curitiba e Região Metropolitana. Segundo ele, são captados por segundo na capital paranaense 7.500 litros de água.

Para José Henrique Cortez, a crise nos recursos hídricos já existe, prova disso é o grande número de apagões e racionamento de energia que São Paulo sofreu no último ano, e que Recife (PE) já sofre há dez anos. Além dos alagamentos e inundações nas cidades. "O que nos falta é uma concepção integrada e estratégica do gerenciamento dos nossos recursos hídricos. Isto hoje, apesar de todo o esforço e de toda legislação, é feito de forma pontual. Esperamos chegar a um ponto onde não há mais o que fazer." Segundo ele, a recuperação nesse caso se torna quase impossível devido ao alto custo.

E o que podemos fazer? - A população pode ajudar a diminuir o impacto da ação do homem sobre os recursos hídricos, economizando água em suas casas, como fechando a torneira ao escovar os dentes e lavar a louça, usar um balde, ao invés de mangueira para lavar o carro, aproveitar a água da lavadora de roupas para limpar a calçada. Mas mais que isso, pode cobrar dos governos uma política mais ágil para evitar o desperdício e a destruição das nascentes dos rios.

Há projetos no país que visam a recuperação e preservação desse recurso, mas eles ainda são poucos e lentos. "Em primeiro lugar, acho que chega de discussões meramente legais, de disputas entre municípios, estados e a união. Já temos projetos, programas e promessas demais, falta agir e este é o primeiro passo. Em segundo, iniciar um pacto nacional pela preservação e revitalização das nascentes e bacias. Isto inclui revegetação, regularização do uso e ocupação do solo, despoluição e saneamento básico", aponta Cortez.

Decênio - A Assembléia geral da ONU adotou em dezembro de 2003 que, de 22 de março de 2005 até 22 de março de 2015 será o Decênio Internacional para a Ação Água, fonte de vida. O objetivo do decênio, segundo a OPAS - Organização Pan Americana da Saúde, será aprofundar as questões relativas à água em todos os níveis e a execução de programas e projetos que tratem ao mesmo tempo de assegurar a participação da mulher nos aspectos de desenvolvimento relacionados com a água e promover a cooperação para ajudar a alcançar os objetivos contidos na Agenda 21 e na Declaração do Milênio. (ambientebrasil - Neide Campos com colaboração de Fabiana Midhori)

Fonte: Ambiente Brasil


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