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Quelônios
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2/3/2004

Duas espécies de quelônios sofrem com a predação em reserva biológica

Uma das primeiras atitudes para evitar que uma população de animais sofra um desequilíbrio ecológico é desenvolver estudos sobre ela. Foi com este intuito que a bióloga Érica Cristina Padovani Haller produziu um dos únicos trabalhos a respeito dos aspectos reprodutivos de duas espécies de tartaruga que habitam a floresta amazônica: a Podocnemis sextuberculata e a Podocnemis unifilis, popularmente conhecidas como pitiú e tracajá, respectivamente.

De acordo com a pesquisadora, estas espécies quase não foram estudadas, e isto já é um motivo de preocupação. Os resultados das pesquisas de Érica estão na dissertação Aspectos da biologia reprodutiva de Padocnemis sextuberculata (pitiú) e P. unifilis (tracajá) na região da Reserva Biológica do Rio Trombetas, Pará, defendida pelo Instituto de Biociências (IB) da USP. "Para se ter uma noção do contexto, é preciso que seja feita uma comparação com a tartaruga-da-Amazônia, sobre a qual há estudos mais complexos. A população desta espécie na região está declinando visivelmente, e a tracajá e a pitiú estão sendo predadas tanto quanto ela", alerta a bióloga.

O estudo foi realizado durante o período de desova, e na reserva os animais protegidos coabitam com cerca de oito mil famílias de quilombolas (os descendentes dos negros dos quilombos) e algumas populações indígenas.

Mais fiscalização - O consumo de ovos e de carne de tartaruga é hábito nestas comunidades, que caçam os animais sem nenhum tipo de controle ou preocupação ecológica. Érica conta que concorria com os nativos para chegar às tartarugas e aos ninhos primeiro. "A predação desordenada destes quelônios foi uma das maiores dificuldades da pesquisa", diz.

Uma das conclusões do estudo toca justamente nesta questão. "É imperativa a necessidade de aprimorar a fiscalização e encontrar alternativas sociais de modo que os habitantes locais possam diminuir a predação sobre os quelônios".

Segundo a pesquisadora, a construção de criadouros é uma das possibilidades mais viáveis. Com eles seria possível que a comunidade local continuasse com a exploração das tartarugas, porém de maneira sustentável e mais benéfica a todos.

Iniciativas deste tipo esbarram, entretanto, em problemas de infra-estrutura. "Só chegar, falar e ir embora é fácil, mas não adianta. É necessário ter um programa contínuo junto às comunidades da região", recomenda Érica.

No estudo, Érica também chegou a outras conclusões que podem ajudar na preservação da tracajá e da pitiú. Ela registrou, por exemplo, o comportamento de nidificação (feitura do ninho) das duas espécies e demonstrou haver uma correlação significativa entre o comprimento da carapaça de fêmeas de Podocnemis sextuberculata e número, peso e volume dos ovos da ninhada. Mais informações: erica_haller@yahoo.com.br. André Benevides - Agencia USP

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