Ao
apresentar um balanço do grupo permanente
de trabalho interministerial sobre o desmatamento
da Amazônia, criado por decreto de julho
de 2003, o governo federal anunciou ontem o
início do que chamou da "maior investida"
já realizada no país para combater
a retirada ilegal de madeira da região
Norte do país. Em 2004, o orçamento
anunciado para tais ações é
de R$ 394 milhões.
A
cerimônia, realizada no Palácio
do Planalto, teve a presença, além
de ministros, do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. O objetivo, a partir de agora,
é colocar em prática o Plano de
Ação de Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal.
O
novo trabalho, segundo a ministra Marina Silva
(Meio Ambiente), terá a participação
de 12 órgãos federais, "em
atividades de fiscalização e licenciamento
ambiental, instrumentos de crédito rural,
ordenamento territorial e planejamento estratégico
para obras de infra-estrutura".
"Pela
primeira vez no Brasil temos a ação
direta de um governo federal nessa questão.
O problema da Amazônia e de seu desmatamento
foi trazido para dentro do governo", disse
a ministra em discurso.
Segundo
o governo federal, uma ação conjunta
dos ministérios servirá como um
reforço dos trabalho do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) na Amazônia. Segundo
o governo, 15,7% (631 mil km2) da Amazônia
já foi desmatada.
Um
exemplo será o uso de helicópteros
por meio do Ministério da Defesa. Outro
ponto enaltecido por Marina Silva será
o fornecimento de imagens de satélite
em tempo real, obtidas pelo Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) --o que permitirá
a identificação mais rápida
dos focos de desmatamento.
O
monitoramento e o controle em relação
ao desmatamento, segundo o governo federal e
o MMA, será a principal "inovação".
Tudo será feito por meio da implantação
de um sistema integrado, no qual o desmatamento
será detectado em tempo real por meio
de imagens de satélite.
Haverá,
nesse ponto, uma parceria do governo federal
com os estaduais. Atenção especial
será dada à área que margeia
a BR-163 (Cuiabá-Santarém), na
região da expansão da soja.