Eles
são microscópicos. Vivem no meio
do sedimento aquático
e podem muito bem indicar a saúde ambiental
de um ecossistema
Os
foraminíferos, protozoários com
carapaças de cálcario, foram escolhidos
por um grupo de pesquisadores do RJ para revelar
a poluição por metal pesado das
águas de um trecho da Baía de
Guanabara.
Os
resultados da pesquisa estão publicados
na edição atual dos Anais da Academia
Brasileira de Ciências.
Como
os níveis de contaminação
são altos na região investigada,
uma análise detalhada das assembléias
de foraminíferos bentônicos serviu
como alerta. A carapaça pouco desenvolvida,
segundo os cientistas, é sinal claro
de que o estresse no ambiente é bastante
grande. O baixo número de espécies
também é outro indicador de que
a situação está ruim.
Não
apenas a quantidade, mas a qualidade dos espécimes
serve para mostrar o elevado desequílibrio
no fundo da Baía de Guanabara. As chamadas
espécies oportunistas, como Ammonia tepida,
Buliminella elegantissima e Bolivina iowmani
, foram as mais presentes nas estações
amostrais.
Além
dos metais pesados presentes no lodo, a concentração
de matéria orgânica no ambiente
está acima do normal, o que pode indicar
a presença de esgoto na região.
No local, além das atividades antrópicas,
também funciona uma das maiores bases
navais do país.
Os
cientistas defendem o uso dos foramíferos,
que possuem grande sensibilidade às variações
ambientais, como bioindicadores, uma vez que
as pesquisas apresentam um custo muito baixo.
Em zonas muito poluídas, em todas as
partes do mundo, esses protozoários estão
sempre entre os primeiros a dar o alerta.
O
artigo está disponível na biblioteca
on-line SciELO: http://www.scielo.br.