O
Brasil lidera o ranking das espécies
de aves em extinção, segundo um
relatório da BirdLife International,
coalizão de organizações
ambientalistas, divulgado nesta segunda-feira.
Dos
1.211 tipos de pássaros sob risco de
extinção, 119 estão no
Brasil, de acordo com o relatório, intitulado
"O Estado do Mundo, Pássaros 2004".
São pássaros como o Zidedê-de-barriga-laranja
e o Conuro Dourado.
O
segundo país com maior número
de espécies ameaçadas é
a Indonésia, com 117.
A concentração no Brasil tem a
ver com o clima tropical do país. "Algumas
regiões e países se destacam por
ter densidades particularmente altas de espécies
globalmente ameaçadas. Por exemplo, a
cadeia dos Andes, a Floresta Atlântica
do Brasil, o leste do Himalaia, o leste de Madagascar
e os arquipélados do sudeste asiático",
afirma o relatório.
Termômetro
- De acordo com a BirdLife e a sua parceira
britânica, Royal Society for the Protection
of Birds, um terço das espécies
(cerca de 400) ameaçadas só podem
ser salvas com medidas urgentes.
Ainda
segundo o relatório, 280 das espécies
(24% das ameaçadas) que receberam ajuda
responderam de forma positiva, mostrando que,
em tempo, a ação humana pode evitar
que desapareçam.
Tanto
a BirdLife quanto a RSPB dizem que a presença
de pássaros é um bom medidor da
qualidade do meio ambiente.
"Pássaros
são excelentes indicadores ambientais,
e o que eles estão nos dizendo é
que existe uma doença fundamental na
forma como tratamos o nosso meio ambiente",
afirma Leon Bennum, editor do relatório.
Ambientalistas
estão reunidos em uma conferência
em Durban, na África do Sul, para discutir
o relatório, apresentado como o mais
completo levantamento já feito das espécies
de pássaros, a sua distribuição
pelo mundo, as ameaças a sua sobrevivência
e o que está sendo feito para salvá-las.
Entre
os fatores que mais ameaçam os pássaros,
estaria a agricultura --maior responsável
pela destruição de habitats.
"O
relatório apresenta fortes provas de
que nós estamos perdendo pássaros
e biodiversidade em um ritmo alarmante e cada
vez maior", afirma o diretor da BirdLife,
Michael Rands.