Rio
de Janeiro - Embora quase 98% dos municípios
brasileiros já tenham rede de abastecimento
de água, 40,6 milhões de pessoas
continuam sem acesso à água encanada.
O porcentual de habitantes atendidos no País
é de 76%. Estes são números
detalhados do Atlas do Saneamento, que o IBGE
divulgou na segunda-feira, 22 de março,
Dia Mundial da Água. O estudo usa dados
referentes ao ano 2000.
No
caso do esgoto doméstico, apenas quatro
em cada dez brasileiros são atendidos
por redes de coleta. Pelo menos 101,9 milhões
de pessoas não têm acesso direto
ao esgoto canalizado, e a ampliação
dos serviços é muito lenta. Em
outro estudo, divulgado há dois anos,
os técnicos mostraram que pouco mais
da metade dos municípios tinha rede de
esgoto.
Foram
usados como base os dados da Pesquisa Nacional
de Saneamento Básico (PNSB), divulgada
em 2002, combinados com informações
do Censo 2000 e de instituições
do governo e universidades. O abastecimento
de água, que em 1989 chegava a 95,6%
dos municípios brasileiros, chegou a
97,9% em 2000, mas a quase universalização
não ocorre no acesso por habitantes.
A
situação da coleta de esgotos
é pior, segundo o estudo, passando de
47,3% dos municípios para 52,2%. A PNSB
já havia mostrado que, nos anos 90, o
número de municípios aumentou
24% e a abrangência da rede de esgoto
cresceu apenas 10%.
Falta
de investimentos em infra-estrutura, ineficácia
na limpeza urbana e má conservação
do meio ambiente são os principais fatores
que levam às deficiências do sistema
de saneamento, segundo a coordenadora do Atlas
do Saneamento, Adma Hamam de Figueiredo.