Brasília
- A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, e o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva assinaram nesta quinta-feira, em comemoração
pela Semana Nacional do Meio Ambiente, decretos
criando reservas extrativistas e florestas nacionais.
Também instituíram as comissões
nacionais de Desenvolvimento Sustentável
das Comunidades Tradicionais e do Programa de
Prevenção, Preparação
e Resposta Rápida a Acidentes Ambientais
com produtos químicos perigosos.
As novas reservas extrativistas
são as de Capanã Grande (AM) e
de Curupuru (MA). As florestas, do Cabedelo
(PB) e do Piraí do Sul (PR).
Marina Silva também assinou
um acordo com o governo da Amazônia para
a implantação do programa de áreas
protegidas do Estado e um termo de cooperação
técnica com o Ministério do Desenvolvimento
Agrário. Além disso, a ministra
lançou o prêmio Chico Mendes 2004
e um carimbo dos Correios em comemoração
aos 15 anos do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Em cerimônia no Palácio
do Planalto, Marina ressaltou a importância
dos atos assinados e disse que o crescimento
econômico deve estar relacionado à
proteção dos recursos naturais.
"No momento em que o Brasil começa
a retomar o ritmo de crescimento de sua economia,
cuidar também quer dizer contribuir para
que as atividades produtivas, especialmente
na área de infra-estrutura, se instalem
e se desenvolvam de maneira ambientalmente sustentável.
Para o nosso governo, desenvolvimento quer dizer
direito a uma vida digna para todos."
Mais cedo, na Conferência
Internacional de Auditoria Ambiental, a ministra
afirmou que "sustentabilidade ética"
é a palavra-chave para o desenvolvimento
sustentável no Brasil e no mundo. Para
ela, o importante é trabalhar por um
novo ciclo civilizatório onde a relação
dos países desenvolvidos com os países
em desenvolvimento leve ao respeito na utilização
da biodiversidade.
Segundo Marina, o mundo continua
sofrendo com o expressivo déficit na
implementação de políticas
ambientais capazes de assegurar às gerações
futuras as riquezas naturais do presente. Ela
defendeu auditoria ambiental para verificar
se as empresas estão de fato cumprindo
com a legislação ambiental e se
os governos estão cumprindo a legislação.
Na cerimônia no Planalto,
o representante da Organização
das Nações Unidas (ONU), Carlos
Lopes, leu mensagem do secretário-geral
da entidade, Kofi Annan, enviada ao governo
brasileiro. Segundo ele, o movimento ambiental
já conta com importantes mecanismos de
luta contra a destruição das matas,
poluição das águas e extinção
de espécies de animais.
"Os resíduos matam
um milhão de aves marinhas, 100 mil mamíferos
e tartarugas por ano. Quase três quartos
das unidades populacionais de peixes estão
sendo capturadas num ritmo mais rápido
do que podem se reproduzir. É urgente
uma ação na terra e no mar, ao
nível regional, nacional e internacional.
Os mecanismos já existem: programa mundial
de proteção do ambiente marinho
contra a poluição resultante das
atividades terrestres, convenção
das Nações Unidas sobre DH e planos
de ações sobre pesca da FAO",
disse o secretário-geral da ONU. Tânia
Monteiro e Gilse Guedes