São
Paulo - O programa Importa Fácil
Ciência, lançado na semana passada
pelo governo federal, liberou a compra de equipamentos
e itens de pesquisa de outros países
que custem até US$ 10 mil (R$ 31.400),
mas o limite ainda é considerado baixo.
"A maioria dos equipamentos custa mais
do que esse valor", afirmou José
Fernando Pérez, diretor científico
da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O
limite anterior era ainda menor, de US$ 3 mil
(cerca de R$ 9.430), e a comunidade científica
reconheceu o avanço. "É um
passo importante, mas o ideal seria não
ter limite no valor da importação",
disse Pérez.
Agilidade - A medida beneficiará
10 mil pesquisadores cadastrados no CNPq. Cientistas
poderão, individualmente, solicitar importações.
O
ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo
Campos, afirmou que o programa barateará
e tornará mais ágeis as importações
científicas. Ele lembrou que, no sistema
atual, já houve caso de demora de até
sete meses na entrega de uma encomenda.
Todos
os órgãos envolvidos na autorização
para importação terão representantes
em um edifício da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos (ECT) em São
Paulo, de modo que a encomenda chegue por via
postal ao laboratório ou à casa
do pesquisador em um prazo de cinco a dez dias
úteis.
Sinal - O presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), Ennio Candotti, considerou o programa
um sinal de que ciência é importante
para o País.
"Se
você precisa de 10 gramas de um reagente
especial, você não pode esperar
seis meses a licença de importação.
Quanto mais rápido, mais as idéias
fluem", disse o cientista.