São
Paulo - A sala 22 do Prédio
11 do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo (IPT), na Cidade
Universitária (USP), guarda uma verdadeira
preciosidade ambiental.
Ali
estão armazenadas as amostras de madeira
de aproximadamente 3 mil espécies de
árvores do Brasil e do mundo, de todos
os tamanhos, cores, aromas e sabores.
Do
exótico ébano africano ao popular
pinus. Uma jóia de biodiversidade florestal,
mantida em algumas dezenas de gavetas.
Conservada
de maneira impecável, a Xiloteca
Cauvino Mainiere desempenha
um importante papel técnico-científico
e ambiental. Suas mais de 19 mil amostras servem
de modelo para a identificação
de espécies usadas na construção
civil e na restauração de obras
históricas.
"Quando
um madeireiro pega um pedaço de madeira,
normalmente tenta identificá-la pelo
peso, pelo tato, cheiro e gosto. Mas como há
um grande número de madeiras parecidas,
surgem confusões", explica o curador
da xiloteca, Geraldo José Zenid.
Ele
recebe cerca 30 pedidos de laudo por mês,
principalmente de empresas interessadas em saber
se não estão comprando gato por
lebre - ou pinus por cedro, por assim dizer.
Há também os pedidos de restauradores,
para saber com qual madeira estão trabalhando.
As
amostras são recebidas e identificadas
com base no acervo da xiloteca. Para algumas,
basta um olhar do experiente Zenid. Para outras,
é preciso uma análise microscópica,
e alguns laudos podem demorar meses para sair.
Agora,
está disponível o guia Madeira:
Uso Sustentável na Construção
Civil, uma parceria entre o IPT, a Secretaria
do Verde e do Meio Ambiente e o Sindicato das
Indústrias de Construção
Civil de São Paulo.
A
idéia é que a publicação,
com a descrição de cerca de 20
espécies, dê opções
para o setor e evite o uso de espécies
ameaçadas. "Esperamos que o guia
sirva como fonte de conhecimento para aplicar
melhor e valorizar essas madeiras e as florestas."
Herton Escobar