Brasília
- A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, disse nesta terça-feira que um
dos grandes desafios do atual governo é
fazer a mediação entre o desenvolvimento
econômico e o respeito ao meio ambiente.
"Não se pode aceitar
que recursos de milhares e milhares de anos
sejam sacrificados para lucro de apenas meia
dúzia de anos", alertou, durante
cerimônia de posse dos novos integrantes
da Comissão de Política e Desenvolvimento
Sustentável (CPDS) e da Agenda 21 Brasileira.
Integram o conselho 17 representantes
da iniciativa privada e do governo. A agenda
é um programa de ação mundial
para promover um novo padrão de desenvolvimento
sustentável, conciliando métodos
de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica.
A
posse faz parte de uma agenda de comemorações
da Semana do Meio Ambiente.
Dificuldades - A ministra
lembrou que a grande dificuldade é implementar
as recomendações da Agenda 21,
conciliando aspectos econômicos, sociais
e ambientais. A prioridade são as recomendações
locais, com destaque para sugestão de
políticas desenvolvidas para os municípios
mais pobres do País.
"Com
as empresas, a comunidade científica,
movimentos sociais e organizações
não-governamentais poderemos criar uma
nova fase para o desenvolvimento e preservação
dos recursos no País", disse a ministra.
A CDPS foi criada em 1997.
Críticas - A posse
da comissão ocorre um dia depois que
o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa,
criticou duramente a área econômica
e à política ambiental do País,
em palestra para magistrados no Rio.
Segundo Lessa, o “não”
dos órgãos ambientais paralisa
tanto a economia quanto um “não”
do ministro Palocci. “Há uma quantidade
enorme de projetos que estão paralisados
por falta de licença ambiental”,
reclamou, citando hidrelétricas, o porto
de Santarém e um sistema de transporte
hidroviário no Rio Araguaia.
“Tem dois rebocadores
e quatro barcaças que não podem
trafegar no Rio Araguaia porque a margem direita
é dos índios”, apontou.
Na
sua opinião, a legislação
ambiental brasileira é “muito defensiva”
e facilita a suspensão de obras. “Fomos
tão ambientalistas que acabamos construindo
uma barreira”, avaliou. Fabíola
Salvador