São
Paulo - Você entra no berçário
de uma maternidade. Só que em vez de
bebês, depara com um bando de marmanjos,
crescidos e completamente desenvolvidos. Foi
o que aconteceu com dois grupos de astrônomos
que estudam a infância cosmológica.
Eles
olharam para os primeiros bilhões de
anos do universo e, onde deveria haver apenas
pequenas galáxias bebês, encontraram
uma série de galáxias gigantes
e velhas.
Os
estudos colocam em xeque a teoria clássica
sobre a evolução dessas estruturas,
segundo a qual as grandes galáxias só
se formaram lentamente, ao longo de vários
bilhões de anos, a partir da junção
de galáxias menores.
No
início do universo, portanto, só
deveria existir galáxias pequenas. Mas
não. Algumas das galáxias observadas
já estavam maduras 12 bilhões
de anos atrás, quando o cosmo tinha apenas
2 bilhões de anos de idade.
"São
galáxias novas porque estão no
universo jovem, mas velhas porque já
estão totalmente maduras", explica
o especialista Amâncio Friaça,
do Instituto de Astronomia, Geofísica
e Ciências Atmosféricas (IAG) da
Universidade de São Paulo.
Na
verdade, o que os cientistas vêem hoje
é a luz emitida pelas galáxias
bilhões de anos atrás, como numa
máquina do tempo. "Estamos vendo
a foto de um sujeito de 10 anos, mas que hoje
já está com 30", compara
Friaça.
A
descoberta, diz ele, pode ter sérias
implicações sobre a evolução
do universo. "Tem alguma coisa errada com
o nosso modelo básico sobre formação
de galáxias."
As
pesquisas, publicadas na revista Nature, foram
chefiadas por Karl Glazebrook, da Universidade
Johns Hopkins (EUA), e Andrea Cimatti, do Observatório
Astrofísico de Arcetri (Itália).Herton
Escobar
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