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Assunto
Editoria
Data
Erosão Costeira
Geral
4/7/2004

Mar vai engolir praias do Rio

Especialista da Uerj monitora redução da faixa de areia no litoral do município e alerta que áreas junto à costa podem desaparecer

As geleiras estão derretendo. E o que você tem com isso? Depende. Se você mora à beira-mar ou simplesmente gosta de curtir uma praia, é bom estar atento às primeiras investigações sobre a erosão da orla do Rio. A radiografia vale para as praias de Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Recreio, Prainha, Macumba e Grumari. O aumento do nível do mar é ameaça real, segundo estudos iniciados em 1997 por pesquisa da Oceanografia Geológica da Uerj.

Trocando em miúdos: o fenômeno pode alterar a circulação de areia da orla, provocando recuo de alguns metros e até quilômetros da costa em direção aos prédios. E a fúria das águas pode inundar parte da cidade. “Mas os problemas vão depender do aquecimento global do planeta, acelerado atualmente pelo lançamento desenfreado de gás carbônico na atmosfera. O cenário de inundações pode ocorrer em 15 ou 20 anos”, ressalva Marcelo Sperle Dias, do Instituto de Geociências da Uerj.

Situação pior em Ipanema, Leblon, Arpoador e Copa - Previsões recém-divulgadas pela Organização das Nações Unidas apontam que oceanos sofrerão elevação média de até três metros este século. “Isso corresponde a um quilômetro de avanço da água terra adentro”, explica Marcelo.

As duas regiões mais críticas são: o arco das praias de Arpoador, Ipanema e Leblon e o Posto 5, em Copacabana. “A tendência é que essas faixas de areia desapareçam. Nesses pontos, as ondas quebram com muita energia”, alerta. O pesquisador exemplifica: “Em Atafona, no Norte Fluminense, o mar engoliu 300 metros da orla em 10 anos. Duas quadras habitadas sumiram”.

Projeto vai prever onde mar ameaça mais - Mas nada de pânico! O Projeto EroCosta, coordenado por Dias, monitora o problema justamente para evitar futuras fugas em massa morro acima. A coleta de dados nas praias é bimestral. A pesquisa originará mapas detalhados sobre as alterações. “A partir daí, ficará fácil diagnosticar pontos com maior tendência de perda de areia. Poderemos então traçar soluções para evitar danos”, comenta o professor.

Há 20 anos na Praia da Macumba, o ambulante Joel Antônio de Oliveira, 49, conta acompanhar o ímpeto das marés. “Havia pelo menos mais 30 metros de faixa de areia quando comecei a trabalhar. De 12 anos para cá, foi sumindo, aos poucos. Impressionante! Até as dunas se foram”, conta Joel. Há quatro anos, durante ressaca, as ondas destruíram parte do muro de contenção, escadaria e bancos na orla da Macumba. Os estragos estão até hoje. “Foi de madugada. A água arrastou dois trailers”, recorda-se Joel.

A chegada de frentes frias no inverno pode intensificar a remoção natural de areia. “Mas a ação do homem nos preocupa muito mais. A execução de obras na costa sem estudo de impacto, por exemplo, são extremamente danosas e podem acelerar o estreitamento da faixa”, acredita Dias. Fabrício Marta

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