Os
índices de reciclagem de latas de alumínio
para bebidas em 2003 divulgados pelos Estados
Unidos e pelo Japão consolidaram pelo
terceiro ano consecutivo a liderança
do Brasil no ranking de reciclagem de latas,
entre os países onde a prática
não é obrigatória por lei.
O
Brasil reciclou 89% das latas em 2003, segundo
dados divulgados pela Abal - Associação
Brasileira do Alumínio e pela Abralatas
- Associação Brasileira dos Fabricantes
de Latas de Alta Reciclabilidade. Os japoneses,
que detêm a vice-liderança nesse
quesito, reciclaram no último ano 81,8%
das latas, 1,3 ponto percentual abaixo do índice
conseguido no ano anterior.
Segundo
a Japan Aluminium Can Recycling Association,
que divulga o índice, a queda ocorreu
por causa das embalagens ‘bottle can’,
que copiam o formato de uma garrafa e possuem
tampa rosqueável.
De
acordo com a entidade, embora as tampas desse
tipo de embalagem sejam recicláveis,
geralmente são descartadas à parte,
o que dificulta seu retorno. As ‘bottle
cans’ representam 11% do mercado de latas
naquele país, estimado em 18 bilhões
de unidades ao ano. Os norte-americanos, maior
mercado de latas no mundo, também diminuíram
seu índice de reciclagem no ano passado,
em relação a 2002.
Os
Estados Unidos reciclaram apenas 50% das latas
consumidas, menos do que os 54% registrados
em 2002. A indústria do alumínio
nos Estados Unidos pagou diretamente às
pessoas que coletam latas US$ 800 milhões
(cerca de R$ 2,5 bilhões), para reciclar
49,9 bilhões de latas.
Os
dados são da The Aluminum Association.
A Europa ainda não divulgou o índice
de 2003, mas a média do continente em
2002 foi de 46%.
Segundo
José Roberto Giosa, coordenador da Comissão
de Reciclagem da Abal - Associação
Brasileira do Alumínio, o índice
recorde no País, de 89%, ainda não
leva em conta, em seu cálculo, alguns
pequenos recicladores de latas. “Se fosse
possível medir o consumo de sucata de
latas nesse segmento, o índice aumentaria
em 2 ou 3 pontos percentuais”, afirma
Giosa.
Segundo
ele, o alumínio de uma lata que sai da
fábrica leva apenas 33 dias, em média,
para voltar ao mercado como matéria-prima
de uma nova lata. Em 2002, esse ciclo durava
36 dias.
No
Brasil, mais de 160 mil pessoas obtêm
uma renda média de 2 salários
mínimos com a reciclagem de latas de
alumínio. “Além de gerar
trabalho e renda para uma grande população
carente em todas as partes do país, a
coleta e a comercialização de
latas para reciclagem estão estimulando
a formação de milhares de cooperativas
e pequenas empresas”, afirma Paulo Camillo
Penna, executivo da Abralatas.
Economia
e meio ambiente - A reciclagem de latas,
além de reduzir em muito a quantidade
de bauxita extraída para a produção
do alumínio, proporcionou em 2003 uma
economia de energia elétrica de 1.684
GWh/ano, o que equivale a 0,5% de toda a energia
consumida no país e o suficiente para
abastecer uma cidade como Campinas (SP), de
1 milhão de habitantes.
Essa
economia se deve ao fato de que o processo de
reciclagem utiliza apenas 5% da energia elétrica
que seria necessária para produzir o
alumínio a partir da bauxita. Abredepágina