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Assunto
Editoria
Data
Atmosfera Terrestre
Divulgação Científica
6/7/2004

Fator preponderante

da Agência Fapesp

Uma grande queda na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera terrestre foi o fator desencadeador do processo que deu origem às folhas das plantas. A teoria, que vem sendo discutida há tempos por geólogos, acaba de receber uma importante contribuição de um novo estudo.

A pesquisa foi feita por cientistas das universidades de Sheffield e de Londres, na Inglaterra, e está sendo publicado na edição de 6 de julho da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O declínio do CO2 teria ocorrido na Era Paleozóica, de 540 milhões de anos a 250 milhões de anos atrás. Embora os pré-requisitos genéticos para o desenvolvimento de folhas tenham se manifestado há 400 milhões de anos, tais órgãos nas plantas terrestres levaram pelo menos mais 20 milhões para dar as caras. Foi apenas 50 milhões de anos após o surgimento das plantas vasculares que as folhas se tornaram comuns.

Uma possível explicação para o misterioso atraso, explorado no estudo liderado pelo inglês David Beerling, é a ocorrência de altos níveis de CO2. Plantas absorvem a molécula, que é essencial para o processo de fotossíntese, por meio de poros chamados estômatos. O vapor de água também escapa por essas pequenas aberturas, produzindo uma queda de temperatura.

De acordo com os cientistas, como os níveis de dióxido de carbono eram elevados quando as primeiras plantas terrestres surgiram, essas precisavam de menos estômatos. A falta de poros, entretanto, limitava o processo de resfriamento das plantas. Por isso, as folhas, que absorveriam quantidades maiores de energia solar do que outras estruturas das plantas, poderiam levar tais estruturas a um superaquecimento. Quando o nível de CO2 no planeta caiu, o número de estômatos cresceu, o que levou a uma maior capacidade de resfriamento e permitiu o surgimento de folhas.

Para verificar a teoria, os cientistas britânicos examinaram 300 fósseis de plantas, de uma ampla variedade de espécies. O estudo mostrou que a média do tamanho das folhas aumentou em 25 vezes no período de 340 milhões a 380 milhões de anos atrás. Foi exatamente nesse intervalo que caiu o nível de CO2. Em duas das espécies, os pesquisadores determinaram que o aumento repentino no tamanho das folhas coincidiu com uma elevação de oito vezes no número de estômatos.

“Os resultados encontrados indicam que a queda nos níveis de CO2 pode ter levantado uma barreira, permitindo a evolução das folhas da mesma forma que o aumento de oxigênio levou à explosão dos invertebrados no Período Cambriano”, concluíram os autores.

O artigo Biophysical constraints on the origin of leaves inferred from the fossil record é assinado por C. P. Osborne, D. J. Beerling, B. H. Lomax e W. G. Chaloner. Pode ser lido no site da PNAS: www.pnas.org

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