No
domingo (4/7), os Estados Unidos comemoraram
mais um Dia da Independência. A data também
serviu para o lançamento da pedra fundamental
da Torre da Liberdade, que deverá ser
construída onde estavam os edifícios
gêmeos do World Trade Center, em Nova
York, no quadrilátero que ficou conhecido
como “ground zero” após os
ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Do
ponto de vista científico, o projeto
do novo arranha-céu está causando
um debate acirrado entre os defensores das fontes
de energias renováveis e aqueles que
acham que usar o vento para gerar energia é
pouco eficiente. O assunto foi discutido em
editorial da edição atual da revista
Nature.
Caso
o projeto da Torre da Liberdade seja seguido
à risca, 30 turbinas eólicas estarão
no seu topo em 2015, quando a construção
deverá estar terminada. Segundo os cálculos
dos arquitetos e engenheiros, o vento que moverá
as turbinas será capaz de produzir metade
da energia consumida pelo prédio.
Para
a engenheira Sinisa Stankovic, da Universidade
de Oxford, na Inglaterra, o projeto deverá
dar grande visibilidade para a energia alternativa,
fazendo com que os modernos moinhos entrem nas
maiores cidades do planeta, o que ainda é
muito raro. Entre as poucas construções
que empregam a energia eólica, uma está
em Glasgow, na Escócia, mas sem turbinas
no telhado. Dutos conduzem o vento para as hélices
no forro do edifício.
Os
críticos do uso da energia eólica
em zonas urbanas alegam que o risco de acidentes
é bastante grande. Uma das lâminas,
por exemplo, pode se desprender e atingir pessoas
em alta velocidade. A própria estrutura
dos edifícios também poderia ser
prejudicada pelo funcionamento das hélices.
No
caso específico da Torre da Liberdade,
os projetistas desenharam um tipo pouco usado
de turbina eólica. No lugar das gigantescas
hélices tradicionais, serão construídas
pequenas estruturas com lâminas esféricas
que girarão ao redor de eixos horizontais.
Cada uma das 30 turbinas terá uma potência
de cerca de 100 Kw. Além de diminuir
os riscos de acidentes, as pequenas hélices
deverão fazer menos barulho, outro calcanhar
de Aquiles dos modernos moinhos.