São
Paulo - O Brasil está entre
os 31 países que concentram 98% dos artigos
científicos mais relevantes no mundo,
segundo levantamento publicado pela revista
Nature. Em 24.º lugar, o País está
à frente de Taiwan, Irlanda, Luxemburgo,
Portugal, Grécia, Cingapura e África
do Sul, por exemplo. Poderia estar e melhor
posição se os cientistas brasileiros
estivessem todos trabalhando no Brasil –
seus artigos contam pontos para os países
onde eles foram produzidos.
Como
é comum hoje entre países em desenvolvimento,
o Brasil teve um salto no número de artigos
científicos produzidos e citados. De
1993 a 97, o País produziu 27.874 artigos
com indexação internacional, passando
para 41.971 entre 97 e 2001. Neste segundo período
avaliado, 188 artigos brasileiros estiveram
entre os 1% dos mais citados no mundo. Coréia
do Sul, China, África do Sul e Irã
também deram grandes saltos.
O
ranking foi desenvolvido por David King, chefe
do Escritório de Ciência e Tecnologia
do Reino Unido e professor da Universidade de
Cambridge, e analisa 193 países sob o
ponto de vista da produção anual
de artigos científicos e o número
de citações que recebem. King
tomou como base os dados do Thomsom Instituto
para Informação Científica
(Thomsom ISI), que indexa pelo menos 8 mil periódicos
científicos editados em 36 idiomas.
Resultados
práticos - Em um estudo paralelo,
King criou um indicador para quantificar o impacto
da produção científica
na qualidade de vida nos vários países,
e constatou que os resultados práticos
ainda não condizem com os esforços
dos pesquisadores. Levando-se em conta o chamado
Índice RBI – que considera o PIB
e outros indicadores sociais –, o Brasil
cai para 26.º lugar no ranking dos artigos
científicos mais influentes.
O
novo indicador apenas quantifica o que já
se sabe: a produção científica
é mais intensa nos países ricos
e seus resultados efetivos beneficiam os cidadãos
mais abastados do planeta. No ranking do RBI,
a Suíça está em 1.º
lugar, seguida dos Estados Unidos e Dinamarca.
No
ranking absoluto de citações e
de participação entre os 1% de
artigos mais citados, os Estados Unidos continuam
líderes, mas seus números vêm
crescendo menos do que, por exemplo, os dos
países europeus. A participação
do país no bloco dos 31 que concentram
os artigos mais relevantes passou de 37,46%
(93 a 97) para 34,86% (97 a 2001).
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