Brasília
- Os Estados Unidos querem ampliar a cooperação
com o Brasil na área de pesquisa científica
e o governo tem interesse em estabelecer outras
parcerias nesse aspecto com os norte-americanos.
Esse foi um dos temas da conversa da Ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, com os senadores
republicanos Susan Collins, do Maine, e Lindsay
Graham, da Carolina do Sul, que lhe apresentaram
hoje um relato sobre a viagem que realizaram
à Amazônia.
A
ministra, segundo a Agência Brasil, falou
sobre o futuro dessa cooperação,
que já existe envolvendo várias
universidades. Lembrou que o Brasil aprovou
a Lei de Acesso a Recursos Genéticos
"para que possamos fazer essas parcerias
em bases claras e isso não venha a se
constituir em nenhum tipo de constrangimento,
nem para o nós nem para os nossos parceiros,
que querem realizar essas ações
de acordo com a legislação nacional".
Marina
Silva disse também que os parlamentares
norte-americanos trataram ainda das questões
ligadas ao desenvolvimento da região
amazônica, das visitas que fizeram e de
como o desenvolvimento da Amazônia pode
acontecer em bases sustentáveis.
Segundo
ela, não houve manifestação
dos congressistas sobre a atuação
das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc) naquela área.
A ministra deixou claro também que toda
cooperação com os Estados Unidos
tem que levar em conta a soberania brasileira
sobre a Amazônica: "O Brasil tem
a clareza do tratamento estratégico que
dá à Amazônia e em toda
e qualquer parceria que venha a ser feita, em
qualquer que seja a área ou setor, estará
referida a soberania que temos em relação
ao território nacional e a essa importante
região do país. O que acontece,
muitas vezes, é uma preocupação
em relação ao que significa a
Amazônia para o equilíbrio global".
Para
Marina Silva, "essa compreensão
e essa responsabilidade nós temos também.
É por isso que buscamos parcerias, porque
se temos uma repercussão tão grande
para a preservação do meio-ambiente
e se isso, é feito inadequadamente, poderá
causar prejuízos que afetam ao globo
como um todo, é importante que também
possamos ser ajudados pelos países desenvolvidos.
Só que a ajuda deve obedecer sempre aos
interesses estratégicos e à legislação
do país e, em nenhum momento, estará
em questão qualquer forma de interesse
quanto a soberania que temos sobre ela".
A
ministra classificou a visita de Susan Collins
e Lindsay Graham como "de cortesia"
e disse que os senadores não conversaram
sobre o fichamento dos americanos que chegam
ao país, medida adotada como reciprocidade
ao tratamento dado aos brasileiros que desembarcam
nos Estados Unidos. Segundo Marina Silva, o
assunto, com certeza, "seria tratado com
o Itamaraty" e não com ela.