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Assunto
Editoria
Data
Poluição Urbana
Notícias
5/2/2004

Herdeiros da poluição urbana

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um estudo realizado por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com pesquisador da Universidade da Escola Médica do Hospital St.George de Londres, Inglaterra, revelou que a poluição tem diminuído o peso de recém-nascidos na capital paulista. O trabalho foi publicado na edição de janeiro do periódico inglês Journal of Epidemiology & Community Health, da Associação Médica Britânica.

O fato foi verificado após o acompanhamento de gestantes que ficaram expostas a taxas maiores de poluição do ar no primeiro trimestre de gravidez e tiveram bebês com peso menor que outras mulheres grávidas não submetidas à mesma exposição.

Os dados referentes aos nascimentos foram obtidos no Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde, que utiliza como base a Declaração de Nascimento. Os índices de poluição para a pesquisa foram colhidos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), órgão responsável pelo controle e prevenção da poluição no Estado.

O trabalho, que resultou no artigo Association between ambient air pollution and birth weight in São Paulo, Brazil, foi realizado pelos brasileiros Nelson Gouveia e Maria Novaes e pelo britânico Steve Bremner.

“A metodologia da pesquisa se baseou em uma análise de regressão múltipla. Trata-se de um modelo multivariado onde foram colocados os efeitos da poluição e o peso do bebê ao nascer. A partir do cruzamento de variáveis que podem estar associadas ao peso, como o sexo da criança e a idade da mãe, chegamos à conclusão de que, a cada aumento dos níveis de poluição do ambiente, o bebê sofria diminuição do peso ao nascer”, disse Gouveia à Agência FAPESP.

Segundo a pesquisa, desenvolvida com base em informações de 179 mil recém-nascidos de mães que moram na cidade de São Paulo, a baixa oxigenação sangüínea provocada pelos poluentes seria a principal causa para a variação de peso.

Para cada parte por milhão de monóxido de carbono a que as mães ficaram expostas, houve redução de 23 gramas no peso do recém-nascido. Foram excluídos da análise os bebês prematuros, como os de gestação com menos de 37 semanas, além de gêmeos e crianças com menos de 1 kg ou mais de 5 kg.

“O peso é um dos principais determinantes da saúde da criança. Se um bebê nasce com um peso muito baixo, pode ter uma saúde infantil mais débil e ser uma criança mais frágil, sujeita à ocorrência de mais doenças e com um risco de morte maior. Se a poluição afeta o peso, certamente afetará a saúde da criança como um todo”, disse Gouveia.

Apesar de haver outros estudos no Brasil que relacionam a poluição com a mortalidade ou problemas respiratórios da criança, este é o primeiro trabalho no país a ligar a poluição com o peso de recém-nascidos.

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