Um
estudo da Escola Politécnica da UFRJ
mostra que o PET, tipo de plástico usado
na fabricação de garrafas que
são usadas geralmente para embalar refrigerantes,
pode servir para substituir a brita - pedra
misturada a areia para a fabricação
do concreto. A universidade fechou uma parceria
com a fábrica de blocos de concreto Cora,
localizada em Nova Friburgo, que vai investir
no aproveitamento dos rejeitos plásticos
e produzirá os primeiros blocos para
os novos testes.
Os
pesquisadores tentam agora convencer o poder
público e os fabricantes das garrafas
plásticas a apostarem na idéia.
"Pretendemos mostrar que este é
um mercado em franca expansão, com produtos
que, além de amigos do meio ambiente,
atendem a normas técnicas de uso e qualidade.
O ideal seria que o governo e as empresas que
geram o lixo plástico, como as fábricas
de refrigerantes, subsidiassem a produção
dos blocos de concretos com esses rejeitos alternativos
para construção habitacional popular",
propõe a professora da Escola Politécnica
e coordenadora do projeto, Ana Catarina Evangelista.
Parte
do material utilizado nos estudos foi adquirido
no lixão do Jardim Gramacho, onde a comunidade
local sobrevive da reciclagem manual dos rejeitos
alí despejados. "É impactante
as condições de trabalho dessas
pessoas que obtém seu sustento com a
venda desse tipo de produto. Essas pessoas ainda
trabalham em condições muito precárias.
Se o aproveitamento dos detritos for maior,
eles teriam mais renda e poderiam melhorar as
condições de trabalho" diz
Licia Alves, aluna de graduação
da Escola de Química/UFRJ e bolsista
do projeto.
Pode-se considerar que a sociedade e o meio
ambiente seriam os grandes
beneficiados com a produção de
concreto com agregado reciclado. "A utilização
desses resíduos seria uma solução
para evitar elevados custos e problemas ambientais
gerados com a implosão de pedreiras para
obtenção das britas. Sem falar
nos problemas respiratórios causados
na população próxima a
pedreira, devido à poluição
no ar e a poluição sonora provocados
por essas implosões, que seriam evitados
com a utilização de agregados
alternativos", completa a professora Ana
Catarina.