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Bacia Hidrográfica
Ambiente Notícias
18/2/2004

Imagens de satélite mostram a volta do verde na bacia do rio Paraíba

A cobertura vegetal existente na parte inferior da Bacia do Rio Paraíba do Sul, no Norte e Noroeste Fluminense, aumentou 14% de 1986 a 2001, o que representa um acréscimo de 8.940 hectares ou 15 mil campos oficiais de futebol. A conclusão é de pesquisadores do LCA - Laboratório de Ciências Ambientais da Uenf - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, que analisaram imagens captadas pelo satélite Landsat. Segundo eles, boa parte da recuperação se deve à ação regeneradora da própria natureza, sobretudo onde antigos canaviais foram abandonados.

Mas o crescimento se restringe basicamente às florestas, uma vez que a vegetação de restinga e de mangue apresentou expressiva redução no mesmo período. Além disto, os fragmentos de mata remanescentes encontram-se, em geral, devastados em seu interior pelo corte seletivo de madeira.

Os dados estão descritos na monografia de bacharelado da graduanda Renata Ferreira, do curso de Ciências Biológicas. O estudo mostra que, em 1986, 6,8% dos 9.356 Km² que compõem a parte inferior da Bacia do Paraíba (em território fluminense) estavam cobertos por vegetação arbustiva/arbórea. Em 2001, esse índice subiu para 7,8%. Renata credita o aumento da cobertura florestal ao fim do Pró-Álcool e à edição de leis ambientais mais severas. Mas chama a atenção para o fato de que muitos municípios, tais como Italva, Aperibé e São João da Barra, continuam totalmente desprovidos de florestas.

O término do Pró-Álcool levou ao declínio da indústria sucro-alcooleira e, conseqüentemente, ao abandono de grandes lavouras de cana-de-açúcar. O desmatamento das florestas em torno desses campos de plantação diminuiu e a vegetação começou a se restaurar. Leis ambientais mais severas, aliadas à crescente mobilização ambientalista, também ajudaram a diminuir as taxas de desmatamento - explica Renata.

Segundo ela, o que pôde ser observado na pesquisa de campo, em relação à restauração da cobertura florestal, é a presença de grupos de espécies de plantas em estágio inicial de sucessão ecológica e de espécies exóticas provenientes de campos abandonados, que encontraram condições favoráveis de sobrevivência e colonizaram as áreas de remanescentes florestais. Mas os fragmentos remanescentes encontram-se, em geral, devastados em seu interior pelo corte seletivo de madeira.

Já a vegetação dos manguezais, que em 1986 ocupava 790 hectares, diminui para 761 hectares em 2001 (queda de 3,6%), enquanto a vegetação de restinga caiu de 2.137 hectares para 1.857 hectares (13%) no mesmo período. Segundo Renata, entre as causas da diminuição da vegetação de mangue estão o corte seletivo de árvores para obtenção de lenha e madeira, devastação da área de mangue para implantação de pastos para criação extensiva de gado, lançamento de esgoto e lixo. No caso específico do mangue de Atafona, há ainda o problema da invasão de sedimentos marítimos, devido ao avanço do mar.

A destruição da vegetação de restinga, segundo Renata, está intimamente ligada a impactos que continuam a ocorrer na região, tais como utilização de vegetação nativa para pastagem, trânsito de automóveis na areia e remoção da vegetação nativa para a instalação de loteamentos urbanos.

Ela conclui pela necessidade e urgência de medidas de conservação e restauração dos ecossistemas. Entre outras propostas apresentadas, está a de estabelecer unidades de conservação para os manguezais da foz do Rio Paraíba e para o complexo lagunar das restingas de Iquipari-Grussaí e a de promover a restauração das matas ciliares, por meio da produção e beneficiamento de sementes, produção de mudas e implantação de florestas.

A pesquisa mostra que, mesmo com o aumento total da área florestada, alguns fragmentos isolados ainda continuaram a perder área de vegetação em função das queimadas - naturais ou provocadas - e do corte seletivo de madeira clandestino. Os fragmentos de floresta de baixada, como as matas do Funil, de Bom Jesus, do Mergulhão e do Carvão, em geral, sofreram redução de área.

A mata do Funil, por exemplo, perdeu 3% de sua área de vegetação de 1986 a 2001. Já a Mata de Bom Jesus perdeu cerca de 4,5% de área no mesmo período. A situação mais crítica, segundo Renata, é a da mata do Mergulhão, que sofreu uma redução de 21% em sua vegetação. "É uma perda considerável, pois este fragmento já apresenta tamanho bem reduzido", afirma.

A taxa de redução também não é a mesma para todos os anos entre 1986 e 2001. Na mata do Carvão, por exemplo, foi detectada a maior taxa de desmatamento para a região, no período de 1986-1988. Ascom Uenf

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