A
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu
mais resultados, menos discursos e ações
concretas pela preservação da
biodiversidade em seu pronunciamento (veja abaixo)
no segmento ministerial da 7ª Conferência
das Partes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (COP7). O evento
se encerra amanhã (20), em Kuala Lumpur,
na Malásia. "É chegado o
momento de respondermos às duras críticas
que nos são feitas por produzir mais
idéias, planos e resoluções
do que ações concretas em benefício
da biodiversidade e da população
a ela associada. Precisamos mostrar que aqui
estamos reunidos para algo além de fazer
discursos", disse Marina Silva a ministros
e delegados de 188 países que participam
da Conferência. "Os elevadíssimos
custos de reuniões como esta devem ser
orientados para privilegiar ações
de implementação. Uma reorientação
na nossa forma de trabalhar deveria ser um dos
principais resultados dessa reunião",
completou.
A
ministra brasileira salientou ainda que, para
o Brasil, a biodiversidade e os recursos naturais
têm grande importância para o desenvolvimento
econômico, para a justiça social
e para a integridade ambiental. "Nosso
país registrou avanços recentes
na implementação dos compromissos
da Convenção, como a revisão
da legislação nacional sobre acesso
e repartição de benefícios,
a formulação de um novo marco
legal sobre biossegurança e o compromisso
do Governo em reverter os processos que tem
levado ao desmatamento e à perda da biodiversidade",
destacou.
Marina
Silva lembrou, ainda, que muitos países
parecem se esquecer do tripé em que se
fundamenta a Convenção sobre Diversidade
Biológica: conservação
da biodiversidade; uso sustentável de
seus componentes; e distribuição
justa e eqüitativa dos benefícios
derivados do uso dos recursos genéticos,
centrando ações apenas nos aspectos
ligados à conservação.
Para a ministra do Meio Ambiente, "trata-se
de postura cômoda que não contempla
a perspectiva de que a Convenção
possa vir a ser um instrumento efetivo de mitigação
da pobreza. Na maior parte dos países
em desenvolvimento, perdura a inaceitável
situação de regiões mais
ricas em biodiversidade serem justamente aquelas
em que as populações são
mais pobres".