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Biomonitoramento
Notícias
18/2/2004

Biomonitoramento permite avaliar impacto ambiental
causado por óleo

Os danos ambientais causados por um derramamento de derivados de petróleo podem ser melhor avaliados quando se tem em mãos a caracterização detalhada dos ecossistemas afetados. Foi com esse objetivo que o biólogo João Carlos Carvalho Milanelli realizou o biomonitoramento de 17 pontos de costões rochosos no Canal de São Sebastião, no Litoral Norte paulista.

"O Canal de São Sebastião é rota de navios petroleiros", conta o pesquisador. "No local existem, além do Porto, o Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), e entre 50% e 60% de todo o petróleo utilizado no País passa por lá." Com o biomonitoramento, explica o biólogo, será possível avaliar com precisão os danos reais provocados por derramamento de óleo, saber quais espécies da flora e da fauna foram mais afetadas, quantas desapareceram e acompanhar o processo de recuperação da comunidade atingida.

A pesquisa foi originada a partir de um projeto da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), onde Milanelli trabalha como biólogo, e envolveu, além do pesquisador, profissionais da Cetesb e alunos de graduação da USP (como estagiários). O biólogo reuniu e analisou os dados, o que deu origem a seu doutorado, apresentado ao Instituto Oceanográfico da USP, em dezembro de 2003.

De 1993 a 1996, a equipe realizou o levantamento de costões rochosos do Canal de São Sebastião, desde Barequeçaba até Caraguatatuba, passando pela face Oeste de Ilha Bela, entre a Praia do Curral, ao Sul, e a de Ponta das Canas, ao Norte, totalizando 17 pontos. Em cerca de 15 viagens em cada um dos pontos, a equipe coletou organismos da flora e fauna, detalhando a biodiversidade, a densidade populacional e a composição das 300 espécies encontradas.

Diferenças na biodiversidade - Milanelli conta que cada um dos locais de coleta apresentou características específicas. No caso de Ponta das Canas, em Ilha Bela, o biólogo encontrou 166 espécies da flora e da fauna marinha. Já em Caraguatatuba, foram 76.

Essa diferença de biodiversidade se deve principalmente à influência das ondas, da inclinação da rocha e da existência de fendas nessas rochas, que influem na quantidade de espécies presentes. Fatores como insolação, salinidade e época do ano também influenciam a biodiversidade.

Durante os últimos anos, a pesquisa de campo foi atualizada. Novas viagens a alguns dos pontos analisados foram feitas e envolveram graduandos da USP, da Unesp e profissionais da Cetesb.

"Isso possibilita o acompanhamento da evolução populacional das espécies", explica o biólogo. "Podemos saber, por exemplo, se alguma delas sofreu algum tipo de alteração, independentemente de um derramamento de óleo."

Como exemplo, cita a intensa colonização de um molusco bivalve invasor (Isognomom bicolor) nos costões da região, o qual está causando profundas alterações na estrutura das comunidades locais. Milanelli afirma que a idéia é disponibilizar um banco de dados atualizado ano a ano com as informações obtidas. Mais informações: (0XX11) 3030-6499 ou e-mail joaom@cetesb.sp.gov.br com Milanelli. Agência USP - Jornalista: Valéria Dias

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