Ambientalistas
reunidos em Kuala Lampur criticaram o Brasil
nesta quinta-feira por tentar bloquear as iniciativas
para impor uma rotulagem rigorosa aos OGMs (Organismos
Geneticamente Modificados), como quer a UE (União
Européia).
"É
escandaloso que um país que assinou o
protocolo esteja bloqueando as negociações
neste momento", afirmou Eric Gall, representante
do grupo ambientalista Greenpeace, durante a
primeira conferência sobre o protocolo
de Cartagena de biossegurança.
No
encontro, que termina nesta sexta-feira (27)
estão sendo debatidos os riscos potenciais
desses organismos e as regras para sua comercialização.
Segundo
Gall, a imensa maioria dos países que
assinaram o protocolo querem que os produtores
de OGMs detalhem o rótulo destes produtos.
Mas o Brasil se colocou ao lado dos Estados
Unidos e do Canadá, que não assinaram
a convenção das Nações
Unidas.
"Estamos
longe de atingir um acordo devido a esta atitude
do Brasil", disse Gall, acrescentando que
a posição dos países sul-americanos
poderia minar toda a negociação
porque as decisões são tomadas
a partir do consenso.
Ainda
que os Estados Unidos não tenham assinado
o protocolo, ratificado por 86 países
e a UE, o país ainda exerce muita pressão
para suavizar ao máximo as normas de
rotulagem desses produtos.
Gall
também acusou os Estados Unidos de tentarem
enfraquecer o protocolo assinando acordos bilaterais
como o que realizou com o México --país
que assinou o protocolo-- para aliviar os requisitos
da rotulagem.
Os
Estados Unidos são os principais produtores
OGMs no mundo e têm um contencioso com
a UE na OMC (Organização Mundial
do Comércio), na qual se queixa do embargo
à importação e à
plantação dos alimentos geneticamente
modificados.
Aprovado
em janeiro de 2000, o protocolo de Cartagena
foi ratificado por 86 países e entrou
em vigor em setembro de 2003.