Agência
FAPESP - Nas duas últimas décadas,
a temperatura média na floresta amazônica
subiu meio grau. Até o fim do século
21, as temperaturas deverão subir de
três a oito graus, em impacto que poderá
ser desastroso para o meio ambiente.
As
afirmações são do tradicional
periódico científico britânico
Philosophical Transactions of the Royal Society,
fundado em 1660 e responsável pela publicação
dos principais artigos de Isaac Newton, cuja
mais recente edição é totalmente
dedicada à Amazônia.
Além
da alteração da temperatura, as
taxas de crescimento e morte da floresta também
chamaram a atenção dos pesquisadores.
Segundo os envolvidos na edição
especial, nas décadas mais recentes a
floresta amazônica chegou a crescer duas
vezes mais rápido do que em períodos
anteriores. Ao mesmo tempo, a queda de biomassa,
devido à morte ou retirada das árvores,
acompanhou o mesmo ritmo.
“Se
por um lado o aumento da biomassa pode retardar
de alguma forma os efeitos das mudanças
globais, isso também pode mudar muito
rapidamente”, disse Oliver Phillip, da
Universidade de Leeds. Para o pesquisador, autor
de um dos artigos do especial, além das
mudanças globais, o desmatamento na região
é outro problema que preocupa bastante,
por tornar o sistema vulnerável. Essas
duas pressões sobre a floresta, calcula
Phillip, poderão anular o efeito do aumento
da biomassa em 20 anos.
Além
dos apelos constantes pela conservação
da Amazônia, os pesquisadores defendem
a criação de corredores ecológicos
para facilitar o deslocamento e a sobrevivência
das espécies animais.
Um
dos editores do Philosophical Transactions of
the Royal Society, Yadvinder Malhi, resume a
importância do momento atual. “De
um lado, as pressões humanas. De outro,
as mudanças climáticas globais.
Essa situação é absolutamente
inédita para a humanidade”, disse.