Agência
Fapesp - O tempo está acabando.
Se o Brasil pretende manter em funcionamento
um grande projeto como o do LBA (sigla em inglês
para Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera
na Amazônia) – e a liderança
científica nele – é preciso,
segundo Carlos Nobre, pesquisador do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que
a Amazônia seja considerada prioridade
nacional.
“Fiz
uns cálculos preliminares. Temos que
ter de quatro a seis instituições
de pesquisa fortes na Amazônia para que
a região possa ser bem estudada. Claro
que nesse contexto as que já existem,
como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia
(Inpa) e o Museu Emilio Goeldi, em Belém,
poderiam ser ainda mais fortalecidas”,
explica Nobre, que também é o
diretor científico do LBA.
Para
o cientista, em termos de recursos financeiros,
um plano científico ideal para a região
amazônica custaria, aos cofres públicos,
cerca de R$ 300 milhões. “A Amazônia,
desde que se torne uma prioridade, como ocorreu
com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
e com a Embrapa ( Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) no passado, pode se tornar
responsável por 30% a 40% do PIB brasileiro
em um prazo de 100 anos”, acredita.
“Esse
seria o nosso grande sonho. Com metade disso
já seria possível fazer bastante
coisa”, afirmou. É dentro desse
plano estratégico para a Amazônia
que se encaixa o LBA, experimento que, pelo
menos até o próximo ano, está
com a sua continuidade garantida.
Em
termos de LBA, os cálculos de Nobre apontam
para uma quantia bem mais modesta. “Com
R$ 15 milhões ao ano, em um período
de cinco anos a partir de 2006, seria possível
manter os custos do programa, tanto com recursos
humanos e com infra-estrutura física.”
Segundo ele, esses recursos poderiam financiar
aproximadamente 30 estudos científicos
de grande porte.
Até
hoje, também com base em cálculos
aproximados feitos pelos dirigentes do LBA,
o programa custou US$ 80 milhões. O Brasil
participou com 40% desse total, os Estados Unidos
com outros 40% e a Europa com 20%. Os salários
dos pesquisadores são pagos por agências
de fomento brasileiras, entre as quais a FAPESP.
Quando
se fala em pesquisas na Amazônia, os cientistas
que estudam ou vivem na região –
Carlos Nobre não se considera da comunidade
amazônica, pois vive no Estado de São
Paulo – a afirmação é
sempre a mesma. “Não adianta apenas
bolsas para a região. É preciso
políticas de fixação de
pesquisadores”, defende. Eduardo
Geraque, de Brasília
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