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ECOVILAS: UM PARADIGMA AMBIENTAL QUE PERMEIA O SÉCULO XXI

Ana Tereza do Nascimento Coimbra Alverca - Especialista em Educação a Distância, licenciada em Biologia pela Universidade Católica de Brasília e bacharel em Turismo pela União Pioneira de Integração Social. E-mail: anatcoimbra@hotmail.com.

As Ecovilas são consideradas por definição como modelos de comunidades intencionais ou comunidades sustentáveis. A idéia de Ecovilas foi incorporada pelas Nações Unidas no Programa de Desenvolvimento de Comunidades Sustentáveis (SCDP), SUSTAINABLE COMMUNITY DEVELOPMENT PROGRAMME. UNDP (UNEP/96/G81).
A Rede Global de Ecovilas - GEN - tem como objetivo expandir e aperfeiçoar o número desses assentamentos em outros países e congrega uma série de condomínios ecológicos no mundo todo. Foi criada em 1995, por ocasião da Conferência sobre as Ecovilas e Comunidades Sustentáveis - Modelos para o Século XXI, realizada na Fundação Findhorn na Escócia, entidade implantada há mais de 30 anos que dá ênfase à sustentabilidade ecológica, econômica, cultural e espiritual.
O movimento das Ecovilas já chegou a diversos países da Europa, América do Norte, Austrália, África do Sul e, recentemente, na América do Sul. No Brasil, o movimento já existe em algumas comunidades como, a Ecovila de Pirenópolis, em Goiás. Esse movimento encontra-se interligado com o Princípio da Permacultura, que caracteriza-se como uma "agricultura permanente" ou seja, que se torna auto-sustentável com o tempo. Esse conceito foi desenvolvido nos anos 70 por dois australianos: David Holmgren e Bill Mollison e se iniciou na produção de alimentos e atualmente diversifica-se em diferentes áreas como paisagismo, arquitetura ecológica e design de produtos.
Existe um tema inserido no conceito de Permacultura, o permadesign, que utiliza como matéria-prima elementos naturais reciclados das indústrias para fabricação de móveis e utilitários domésticos. Utilizam-se também fontes alternativas de energia, vindas do sol, da água e do vento.
As comunidades permaculturais no Brasil localizam-se na Chapada Diamantina, na Bahia, Minas Gerais (Fazenda Ananda Kirtana, próximo a Juiz de Fora) e em São Paulo (Centro de Vivências Nazaré), além de três comunidades alternativas, As Rodas, Lothlorien e Campina que, há vários anos, aplicam os princípios permaculturais no esquema de vida rural na região do vale do Capão onde são ministrados práticas agrícolas e treinamentos, principalmente em Campina. Desde 1990, essa comunidade se empenha na produção orgânica de alimentos por meio de sistemas permaculturais integrados que buscam novos sistemas de produção, menos nocivos ao meio ambiente. O fato é que, na ótica desse trabalho os conjuntos de medidas visam a redução dos impactos provocados por atividades e intervenções humanas sobre o meio ambiente.
A Permacultura no Brasil ainda é incipiente. Algumas experiências permaculturais estão na região Nordeste, no vale do rio São Francisco, onde os pneus velhos são utilizados na confecção de objetos como lixeiras, chinelos, cabaças e bacias para transportar e armazenar água. Existem também Organizações Não Governamentais, como o Instituto de Permacultura da Bahia, o Garra - Agroecologia de Irecê -, e o Sabiá - Centro de Desenvolvimento Agroecológico. Há ainda o IPEC (Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado) e o IPEMA (Instituto de Permacultura da Mata Atlântica), este último situado em Ubatuba, São Paulo.
Os exemplos das Ecovilas reproduzem conceitos que se reúnem numa prática constante de mudanças de nossos hábitos e crenças, comportamentos individuais e coletivos; harmonizar o planeta, de forma equilibrada e inovadora; ceder a estilos de vida mais saudáveis, com planos de ação, visando a proteção do meio ambiente e a utilização racional dos recursos naturais.
A mudança de consciência posiciona o homem frente à natureza, no compromisso de cada um, como se todos fossem integradores de uma grande ação, a sustentabilidade do planeta, em que o objetivo é a conservação da vida global.
Novos paradigmas poderão emergir da própria mudança de postura de grupos de pessoas que são guiadas por princípios ecológicos, aliadas à natureza com uma troca de benefícios.
A Terra é um patrimônio que a humanidade tem interesse em preservar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Josimar R. Planejamento Ambiental. Rio de Janeiro: Editora Thex, 1999.

BAPTISTA DA CUNHA, Sandra; TEIXEIRA GUERRA, Antônio José (Orgs.). Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2000.

BRAUN, Ricardo. Desenvolvimento ao ponto sustentável. Rio de Janeiro: Editora vozes, 2001.

CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Editora Peirópolis, 2000

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

SORRENTINO, Marcos. Fórum de Educação Ambiental. São Paulo: Editora Gaia, 1995.

 
Artigo publicado pelo site Meio Ambiente UERJ
Segunda-Feira, 5 de agosto de 2002

Este artigo está disponível no tema Desenvolvimento Sustentável do Fórum Ambiental.
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