da população mundial que
utiliza as regiões costeiras para a sua sobrevivência
e o desenvolvimento de diversas atividades (habitação,
alimentação, economia e lazer). Dependendo
da situação oceanográfica e geológica
de cada região, o aumento do nível médio
do mar pode alterar o transporte de sedimentos litorâneos,
acarretando o recuo de alguns metros e até quilômetros
da linha de costa e erosão dos ambientes costeiros
(praias, baías, manguezais, deltas, estuários,
lagoas e lagunas). Para investigar e propor soluções
para a erosão costeira, o Grupo de Pesquisa em
Oceanografia Geológica da UERJ acompanha, desde
1997, os fenômenos oceanográficos do litoral
do Estado do Rio de Janeiro. Os pesquisadores do Projeto
EROCOSTA, coordenados pelo Prof.
Dr. Marcelo Sperle Dias do Instituto
de Geociências da UERJ, monitoram a morfodinâmica
das praias através da coleta de diferentes tipos
de dados como topografia
de alta precisão, estratigrafia,
parâmetros
oceanográficos, parâmetros
meteorológicos e indicadores
químicos e biológicos. Os
dados são coletados a cada dois meses e analisados,
de forma integrada e multidisciplinar, para a confecção
de mapas temáticos com as feições
morfodinâmicas e o transporte
de sedimentos litorâneos.
Os resultados obtidos pelo monitoramento nas praias de
Copacabana,
Ipanema,
São Conrado, Barra
da Tijuca, Recreio e Grumari e da Ilha
Grande,
Dois
Rios,
Lopes
Mendes,
Preta,
Abraão,
Sul-Leste
e Araçatiba,
são uma das principais contribuições
do estudo da morfodinâmica de praias e da erosão
costeira. Ao contrário de técnicas clássicas
de geomorfologia costeira (sazonais - com duração
de anos), o monitoramento permite em poucas campanhas
a baixo custo, definir quais os setores das praias possuem
maior tendência à erosão (perda) dos
sedimentos.
Outros objetivos da pesquisa são o desenvolvimento
de novas técnicas que permitam, a baixo custo,
a investigação do problema de erosão
costeira, a manutenção de um banco de dados
oceanográficos para a modelagem numérica
dos fenômenos associados ao transporte de sedimentos
costeiros e o fornecimento de informações
científicas para previsões quantitativas
e soluções ou remediações
dos problemas de erosão costeira ao longo do litoral
brasileiro.
Com os resultados dos trabalhos, os pesquisadores pretendem
entender melhor a inter-relação entre a
hidrodinâmica e o transporte de sedimentos e propor
soluções para minimizar a erosão
costeira. É possível acrescentar grãos
maiores de areia ( aumento da Granulometria) ou alargar
a faixa de areia da praia e modificar o seu perfil (inclinação).
"Em último caso, após estudos oceanográficos
científicos, pode-se recorrer a obras de engenharia
costeira, como os quebra-mares, por exemplo, para absorver
o impacto das ondas. Como, historicamente, as zonas litorâneas
concentram grande parte do capital e das atividades humanas,
o monitoramento da erosão costeira deve orientar
cada vez mais o investimento imobiliário na região,
de grande importância para a economia mundial",
finaliza Sperle.
Mais informações:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Laboratório de Oceanografia Geológica
Av. São Francisco Xavier 524 Sala 4127 Bloco F
Maracanã - Rio de Janeiro/RJ
Cep: 20.550-013.
Telefone :
(21) 2587-7722 / 2587-7689
Fax:
(21) 587-7692 / 587-7438
E-mail :
sperle@uerj.br
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