Histórico
As lontras pertencem a Ordem Carnívora, Família
Mustelidae (juntamente com o furão, o vison,
o cangambá, etc.) e Sub-Família Lutrinae.
Existem 13 espécies de lontras distribuídas
em quase todos os continentes, exceto Austrália
e Antártica. No Brasil ocorrem duas espécies:
a que é conhecida como lontra (Lontra longicaudis)
e a que é conhecida como ariranha (Pteronura
brasiliensis). Aqui no Estado do Rio de Janeiro já
existiram as duas espécies mas, atualmente, provavelmente
a ariranha esteja extinta.
Tanto a lontra como a ariranha constam da Lista Brasileira
de Animais Ameaçados de Extinção
elaborada pelo IBAMA em 1989. A caça foi o principal
motivo da diminuição no número
de animais dessas espécies no passado mas, as
principais ameaças, são a destruição
dos hábitats (retirada da vegetação
das margens dos rios e lagos, dragagens, canalização,
construção de represas, etc.) e a poluição
das águas.
Poucos estudos foram realizados com a lontra do Brasil
até o momento, e portanto conhece-se pouco sua
biologia e ecologia.
Como
é?
A lontra tem um corpo alongado, pernas curtas, cabeça
alongada e chata, orelhas pequenas e arredondadas. Seu
tamanho varia entre 0,90 e 1,50 m de comprimento. Bastante
adaptada a viver na água, a lontra possui um
corpo fino e flexível, pelagem muito densa, membranas
entre os dedos das patas (membranas interdigitais) e
uma cauda muito forte, que pode chegar a mais de um
terço de seu comprimento total.
Sentem cheiro, vêem e ouvem muito bem. Têm
dentes muito fortes e afiados que servem para apanhar
e cortar a carne de peixes e outros animais. É
marrom ou marrom escura, com pelos mais claros na garganta.
Os filhotes e juvenis podem apresentar coloração
um pouco diferente dos adultos.
Onde
vive?
A lontra é encontrada praticamente em todos os
ambientes aquáticos, desde pequenos canais e
banhados, até rios, lagos, estuários e
em algumas regiões marinhas (como na Ilha Grande
por exemplo).
Apesar da lontra visitar ou ficar curtos períodos
de tempo em qualquer um destes ambientes aquáticos,
para ela viver permanentemente e ter filhotes em qualquer
um deles, é necessário que aí tenha
bastante alimento, boas margens para fazer tocas onde
cria seus filhotes e que o lugar não tenha muitas
perturbações causadas pelo homem.
O
que come?
Enquanto são filhotes as lontras mamam na mãe
(são animais mamíferos) e quando adultos,
comem carne (são animais carnívoros).
Caçam tanto dentro, quanto fora da água
e capturam qualquer tipo de animal que esteja fácil
de capturar (são animais oportunistas).
Alimentam-se principalmente de peixes, mas podem comer
também crustáceos (siris, caranguejos,
camarões), moluscos (caramujos), aves que ficam
no chão ou na água (frangos d'água,
marrecos, patos), mamíferos pequenos (principalmente
ratos), répteis (cobras e lagartos) e anfíbios
(sapos, rãs e pererecas).
Como
se reproduz?
A lontra fica "grávida" durante aproximadamente
dez semanas e quando os filhotes nascem têm os
olhos fechados, possuem uma pelagem densa e são
completamente dependentes da mãe. Uma lontra
pode ter de um a quatro filhotes por gravidez, sendo
que geralmente nascem dois filhotes.
Os machos não ajudam na criação
dos filhotes. Os olhos dos filhotes abrem na quarta
semana de vida e começam a desmamar na sétima
semana quando a mãe lhes oferece pedaços
de peixe.
Os filhotes só começam a aprender a nadar
depois de três meses de vida e se separam da mãe
com um ano de idade.
Importância
Quando a lontra caça os peixes, ela come os mais
velhos e doentes, que nadam mais devagar e são
mais fáceis de serem capturados. Desta maneira
ela deixa vivos os peixes saudáveis e novos.
Se as lontras não cumprissem esse papel, a doença
poderia passar para os outros peixes e, talvez, atingir
todos os animais.
As lontras, portanto, são animais importantes
para a natureza e só atacam quando algo ameaça
a ela ou aos seus filhotes. Por esse motivo se você
encontrar uma lontra, não se aproxime e nem a
ataque, deixe-a quieta que ela irá embora.
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