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Destruição
de Restingas ameaçam espécies exclusivas
da Mata Atlântica
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Biólogos
da UERJ lançam livro com estudos que tratam
da conservação da Mata Atlântica,
bioma prioritário na conservação
global, com elevada biodiversidade e endemismo. |
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Para
conservar é preciso saber onde estão
as oportunidades e o que tem de ser feito. Durante
cinco meses, biólogos percorreram o litoral
brasileiro, do sul do Rio de Janeiro ao sul da Bahia,
examinando plantas e animais que vivem em meio à
restinga, uma vegetação baixa e úmida
que cresce sobre a areia, entre o mar e a montanha.
Encontraram, além disso, 12 espécies
de animais que habitam exclusivamente esse ambiente,
como a perereca Xenohyla truncata, de 3 centímetros
de comprimento, que se esconde no interior das bromélias. |
Estas
e outras descobertas estão reunidas no livro
A biodiversidade nos grandes remanescentes florestais
do Estado do Rio de Janeiro e nas Restingas da Mata
Atlântica, organizado pelos professores
de Biologia da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ)
- Monique Van Sluys, Carlos Frederico Duarte da
Rocha, Helena de Godoy Bergallo e Maria Alice Alves
- e lançado pelo Instituto Biomas e pelo
Centro de Conservação da Biodiversidade
da Conservation International do Brasil (CBC/CI
Brasil), com apoio da Fundação Brasileira
para a Conservação da Natureza (FBCN).
Embora sejam graves as ameaças à sobrevivência
das espécies únicas da região
(espécies endêmicas), a obra apresenta
um diagnóstico do patrimônio natural
remanescente no Estado do Rio de Janeiro, comprovando
ser privilegiado em termos de biodiversidade. Veja
mapa
Com uma linguagem técnica acessível,
os autores descrevem a geologia, o clima, os solos
e a biota dos principais blocos da floresta do Rio
de Janeiro. Mostram que a função dos
parques e reservas é conservar a biota nativa
e que a situação atual pode ser revertida
a fim de melhorar o ambiente natural e garantir
a qualidade de vida das pessoas e espécies
que compartilham o planeta. Veja
mapa
A equipe que cuidou desse levantamento avaliou cada
uma das atividades humanas que ameaçam as
dez restingas inicialmente analisadas: cinco delas
no chamado corredor de biodiversidade da Serra do
Mar (as de Grumari, Maricá, Massambaba, Jurubatiba
e Grussaí), quatro no corredor central da
Mata Atlântica (Setiba, Guriri, Prado e Trancoso)
e uma no extremo sul do Espírito Santo (Praia
das Neves). Cada ação humana —
da construção de estradas à
abertura de trilhas de acesso às praias —
recebeu uma avaliação de acordo com
o impacto sobre o ambiente, que resultou num primeiro
diagnóstico sobre as condições
de conservação das restingas dessa
faixa do litoral brasileiro.
— A restinga com pior nível de conservação
é a do Prado, na Bahia — revela o professor
Carlos Frederico Rocha. Em situação
igualmente crítica encontram-se duas restingas
do Rio, as de Grumari e Grussaí, ambas seguidas
de perto pelas de Setiba, no Espírito Santo
e Massambaba, também no Rio.
— Agora, enxergamos de modo mais concreto
a dimensão dos estragos — diz Luiz
Paulo de Souza Pinto, diretor do Centro de Conservação
da Biodiversidade da Conservation International
do Brasil, um dos parceiros da UERJ no projeto.
De acordo com um estudo da organização
nãoo-governamental SOS Mata Atlântica,
embora a área de restinga tenha encolhido
500 hectares entre 1995 e 2000, apenas nos estados
do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, ainda
há trechos em bom estado de conservação.
Hoje, o levantamento soma 17 restingas, das quais
sete estão bem preservadas, três estão
em estágio intermediário e sete bastante
degradadas.
— Em Trancoso, na Bahia, restou apenas o trecho
junto à Barra do Rio do Frade — comenta
Rocha.— O resto já foi destruído.
—Apenas por se encontrarem relativamente isoladas
das cidades e dos turistas é que algumas
áreas ainda escapam do que parece ser o destino
desse conjunto de matas à beira-mar, chamado
de porta de entrada da Mata Atlântica.
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Informações:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag)
Departamento de Biologia Animal e Vegetal
(21) 2587-7567/7328
vansluys@uerj.br
masa@uerj.br
bergallo@uerj.br
cfdrocha@uerj.br
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